Assistência Social
Aulas na Padaria Escola seguem a todo vapor
21/04/2025
A cada quatro horas uma mulher é vítima de agressão e a cada cinco dias uma é vítima de feminicidio no Estado do Rio de Janeiro. No mesmo dia em que o Instituto de Segurança Pública (ISP) divulga o alto índice de violência contra as mulheres, com levantamentos de 2018, a Secretaria de Políticas Públicas para Mulher, Idoso e Pessoa com Deficiência de São Gonçalo realizou o III Seminário de Políticas Públicas para Mulheres. Com o tema “Sexualidade Feminina: Raízes Históricas da Repressão à Sexualidade da Mulher”, movimentos sociais e representantes do poder público dialogaram sobre a cultura da violência sobre os corpos femininos nesta terça-feira (30), no auditório do Ministério Público, em Santa Catarina.
“É importante destacar que quando falamos de mulher, precisamos falar sempre no plural. Sem esquecer da diversidade e das diferenças que nos compõe. Esse tema é um desafio. Como falar de sexualidade feminina se o que se fala sobre os corpos femininos é muito mais sobre violência sexual do que a possibilidade de uma sexualidade autônoma? A cultura da violência é um processo histórico no nosso país, por isso a importância de afirmarmos que não existe uma história única, como bem disse a autora Chimamanda Adichie. Desconstruir esse olhar é um processo”, disse a palestrante Paula Land, coordenadora do curso de Psicologia da Universidade Federal Fluminense (UFF).
O Brasil é o quinto país no mundo com o maior índice de feminicídio, sendo cinco consumados e 38 tentativas apenas em janeiro deste ano. Dentre os números, os recortes se expressam ainda mais na vulnerabilidade de mulheres trans, o Brasil é o país que mais mata pessoas transexuais no mundo; lésbicas, onde só em 2018 mais de 100 foram assassinadas; e mulheres negras, cujo número de mortes representa um número 71% maior do que o de mulheres brancas.
“Evidenciar a importância histórica da luta das mulheres por direitos é uma forma de compreendermos a importância de ter políticas públicas hoje que permitam que esses direitos não sejam feridos. Um seminário como esse, realizado pelo poder público, junto à sociedade civil, reafirma nosso compromisso como governo na manutenção do diálogo horizontal e democrático na construção de políticas efetivas na nossa cidade”, afirmou a secretária de Políticas Públicas para Mulher, Idoso e Pessoa com Deficiência, Marta Maria Figueiredo.
Com a presença de assistentes sociais, psicólogas, movimento de mulheres e entidades governamentais, o objetivo do seminário foi também ampliar o diálogo através de uma rede intersetorial, aproximando ainda mais o poder público da população.
“O seminário é um momento de encontro e troca fundamental na manutenção das políticas públicas e ao enfrentamento das diversas violências contra as mulheres. Fazer política pública exige de nós como governo ouvidos atentos e diálogo constante com a população e com aqueles e aquelas que estão no dia a dia movimentando a cidade”, afirmou a subsecretária de Políticas para Mulheres, Andrea Machado.
Autor: Thayná Valente
Foto: Jonas Guimarães
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