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São Gonçalo quer mais qualidade no ensino

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Publicado em:  16/11/2017

O município de São Gonçalo realizou, nesta terça-feira (14), o Fórum Municipal de Educação, com a participação de representantes das 107 unidades escolares municipais, além de estudantes e convidados. A busca pela construção de uma escola pública de qualidade uniu toda a rede em debates para que fossem levantadas questões importantes que vão integrar a Carta de Intenções, documento a ser entregue ao prefeito José Luiz Nanci com as aspirações de professores e dirigentes para melhorar a qualidade da educação no município.

O evento começou cedo com a apresentação do Coral Municipal, formado por estudantes da rede pública da cidade. O secretário municipal de Educação, José Augusto Nunes, abriu o fórum agradecendo a presença de todos e ressaltando a bela apresentação das crianças. O secretário fez questão de frisar que o dia não era de falas, mas sim para ouvir, pois era a conclusão de um trabalho que começou com o movimento Escolas em Debate, realizado em 18 de outubro.

“Hoje é a conclusão de um trabalho que a gente vem fazendo para construir uma escola aberta, uma escola participativa, uma escola democrática, onde a gente tem um compromisso muito mais com a escola, com a comunidade, do que com qualquer outro nível. Eu não entendo a educação sem estarmos discutindo. Eu sempre tenho dito que estou secretário, eu não sou secretário e nossa passagem é para servir à educação, servir às escolas. Para mim, estar na Secretaria de Educação é uma honra porque eu encontro uma rede que se mostra sempre motivada”, afirmou José Augusto.

A mesa foi formada pelos professores e doutores Waldeck Carneiro, da Universidade Federal Fluminense, e Sueli de Lima Moreira, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, além dos professores André Jorge Marinho, do Fórum Estadual de Educação, e Júlio César Vidal, coordenador de projetos da Secretaria Municipal de Educação.

Mediador dos debates, o professor Júlio Vidal ressaltou o objetivo do evento. “Qualidade social em educação é o compromisso assumido por todos aqui, isso significa diminuir a desigualdade social”, disse o professor.

Antes de começar a abordar o tema proposto, o professor Waldeck Carneiro falou sobre a questão da Uerj e outras escolas do estado.

“Nós estamos na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, na Faculdade de Formação de Professores, e é impossível iniciar sem fazer menção à verdadeira ofensiva que se pratica hoje contra as grandes universidades do Estado do Rio de Janeiro e eu quero iniciar aqui dizendo que a Uerj resiste e esse evento é mais uma demonstração da capacidade de resistência dessa grande universidade brasileira e fluminense”, afirmou Waldeck.

O professor fez uma ampla explanação sobre o cenário político brasileiro e as consequências para a educação de uma maneira geral, lembrando que o Plano Nacional de Educação é uma lei.

“É bom lembrar que o Plano Nacional de Educação é uma lei que está em vigor em todo território nacional. Portanto, o que ele fixa, não apenas das metas que são anexas, no texto da lei são mandamentos legais que devem ser observados”, explicou Waldeck, acrescentando que o PNE determina a aprovação de legislações próprias relativas à gestão democrática da educação. “Fala-se muito em democracia, mas é preciso praticá-la, é preciso que ela se materialize na gestão cotidiana das redes e um dos elementos explicitamente mencionado é a questão da escolha direta de dirigentes das escolas por suas comunidades escolares, é muito importante que desse esforço coletivo e elogiável que faz a rede municipal de educação também sobrevenha o esforço específico de reorganizar, atualizar a legislação municipal para que este componente da gestão democrática aconteça”, ressaltou.

A professora Sueli de Lima Moreira também falou sobre a democracia.

“O sentido da minha participação aqui nesta mesa se dá na perspectiva da cultura democrática. A contribuição que posso dar é de trazer para vocês alguns pontos que dizem respeito aos processos de empoderamento dos professores naquilo que acontece conosco quando nós participamos de construção de trabalhos pedagógicos coletivos”, afirmou Sueli.

Já o professor André Jorge Marinho fez considerações acerca do panorama atual do país.

“O Brasil é uma nação de desigualdades, nós somos uma nação desigual, vivemos em profunda desigualdade e a escola está inserida dentro de um contexto muito maior. Como falar sobre democracia se nós vivenciamos uma condição no país profundamente diferenciada e histórica? A cada hora, 23 jovens negros morrem assassinados em solo brasileiro. Como falar de democracia se hoje no Brasil uma a cada três mulheres já sofreram violência?”, indagou André.

O Fórum Municipal de Educação contou ainda com exposição de banners com destaques sobre o movimento Escolas em Debate e grupos de trabalho que se reuniram à tarde para discutir a confecção da Carta de Intenções.

O evento foi prestigiado pelo secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Agricultura, Pesca e Trabalho, Evanildo Barreto.

“Fórum a gente tem em quase todas as pastas e quase todos os temas relacionados à sociedade civil no município de São Gonçalo. Para mim, o mais importante é o tema do fórum, um tema que seja atual, útil, necessário e que seja efetivo para a sociedade, que agregue alguma coisa ao fim do fórum e quando a gente tem o tema Tecendo relações e construindo identidade na rede pública, a gente percebe por parte do gestor da pasta, dos colaboradores e dos educadores essa preocupação de ser uma pasta interdisiciplinar, uma pasta que seja transversal, que fale com as demais. É muito importante isso que o prefeito José Luiz Nanci determina que a gente tenha esses vasos comunicantes entre uma secretaria e outra. Nós do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Agricultura, Pesca e Trabalho, temos um projeto interessantíssimo já acontecendo com a educação, que é um projeto de inclusão produtiva, a partir da área de Ciência e Tecnologia. Essa construção da identidade da rede pública colabora com uma reconstrução da identidade da nossa sociedade local”, ressaltou Barreto.

O fórum também recebeu a visita do professor Altivo Aleixo da Silva, vice-presidente do Sindicato das Escolas Particulares de São Gonçalo (Sinep).

“Primeiro, nós temos que parabenizar porque é um fórum muitíssimo importante. Tudo é pela qualidade de ensino. O que move, na verdade, a escola pública e a escola particular é a busca pela qualidade, fazer com que o aluno se prepare melhor e seja um cidadão do futuro, seja um elemento pensante, que realmente contribua com esse país porque esse país é maravilhoso, logicamente com pessoas preparadas nós vamos ter um desenvolvimento. Eu tenho fé de ainda conseguir ver esse país chegando ao primeiro mundo,” disse o representante do Sinep.

Autor: Selma Nogueira
Foto: Jonas Guimarães
Fonte: Semed

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