Assistência Social
Aulas na Padaria Escola seguem a todo vapor
21/04/2025
Pela vida das mulheres e contra o feminicídio, esses foram os motivos que levaram mais de 200 pessoas às ruas da cidade de São Gonçalo para a “7a Caminhada pelo fim da violência contra a mulher”. Organizada pela Subsecretaria de Políticas Públicas para a Mulher, a marcha reuniu movimentos sociais, organizações governamentais e lideranças políticas.
“Nenhuma de nós merece morrer por ser mulher, por isso a importância dessa caminhada , de cada um aqui presente nas ruas, reivindicando o direito a vida com dignidade. São Gonçalo é pioneiro na construção de políticas públicas que pensem a proteção integral da vida das mulheres. Através dos Centros Especiais de Orientação à Mulher (Ceom), articulação com os movimentos sociais, e tantas outras redes que fazem a política pública acontecer!”, disse a subsecretária de Políticas Para Mulheres, Andrea Machado.
Todo dia, no Brasil 13 mulheres são assassinadas. Apenas neste primeiro trimestre, a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher de São Gonçalo (Deam-SG), contabilizou mais de mil registros de ocorrência de mulheres vítimas de violência e violação de direitos.
“Muitas mulheres sofrem violência por anos e anos e não conseguem romper esse ciclo da violência, muitas têm medo de denunciar. Mais de 50% dos casos de feminicídio no Brasil acontecem no período de dois a três meses após essa mulher romper uma relação, então, apesar dos números serem alarmantes, a denúncia ainda é a maior arma que nós temos”, afirmou a delegada titular da Deam-SG, Débora Rodrigues.
Romper com os ciclos de violência, que em muitos casos se iniciam com palavras e não com agressões físicas, é ainda o grande medo de muitas mulheres, sobretudo quando o agressor é o próprio companheiro. Como foi o caso de Rosangela Maria Sá, 56, que há nove anos, na frente de toda sua família, foi vítima do próprio ex-companheiro com quem viveu 21 anos. Ele ateou fogo nela, que sobreviveu, mas teve 75% do corpo queimado. Marchando junto as outras mulheres e homens ali presentes, ela conta que hoje usa a sua história para incentivar e encorajar outras mulheres.
“A falta de informação infelizmente ainda impede que muitas mulheres tenham acesso ao seu direito, o que as impede de denunciar. Se cada uma de nós soubesse a força de estarmos juntas, lutando, informando umas as outras, isso pode salvar uma vida. Muitas vezes é complicado colocar o rosto na rua com as marcas que eu carrego, mas eu aproveito isso para conversar e conscientizar todos que eu posso. Todo o apoio que eu tive foi o que me deu coragem para seguir. A violência psicológica, que acontece muito antes da física, deixa marcas dentro de nós que nenhuma cirurgia conserta, mas eu hoje digo que há vida após a violência. Hoje eu sou muito mais feliz do que eu era antes!”, relatou.
Desde 2015 o feminicídio, ou seja, o homicídio ocorrido pelo simples fato de ser mulher, é tipificado como crime. Para a secretária de Políticas públicas para mulher, idoso e pessoa com deficiência, Marta Maria Figueiredo, ações como essa mobilizam toda a sociedade.
“No Brasil temos um alto índice de subnotificações. E quando as mulheres chegam a aparecer na estatística como vítimas por morte é porque a violência já chegou num nível em que ela não teve forças para denunciar antes que isso acontecesse. O medo e a opressão as impedem de romper com esse ciclo. Por isso, acredito que daqui sairão multiplicadores que entenderão a importância de reconhecer os sinais da violência e denunciar!”, ressaltou
A caminhada ainda contou com uma grande ação social, em parceria com as secretarias de Desenvolvimento Social, Saúde, Esporte e lazer e Educação. Com aferição de pressão, teste rápido de infecções sexualmente transmissíveis, e outras atividades.
Autor: Thayná Valente
Foto: Luiz Carvalho
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