São Gonçalo de mãos dadas pela conscientização do autismo

Pelo respeito e por mais inclusão, mais de 100 pessoas caminharam na tarde deste sábado (13) pelas ruas de São Gonçalo, na 2ª Caminhada pelo Dia Mundial de Conscientização do Autismo, promovida pela Subsecretaria de Políticas Públicas para a Pessoa com Deficiência. Com fitas coloridas e balões azuis, movimentos da sociedade civil e instituições governamentais foram às ruas reivindicar um tratamento mais digno e humano para todas as pessoas com espectro autista.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma em cada 160 crianças têm transtorno de espectro autista. Destes, 80% são meninos. Como é o caso do Samuel, de sete anos, filho da Luciene Mendes, 37 anos, moradora do bairro Laranjal. Com um ano e oito meses, segundo a mãe, Samuel já apresentava sinais de atraso na comunicação.

“Inicialmente eu achei estranho, mas não soube identificar. Levei ele a uma fonoaudióloga onde ele fez um tratamento durante seis meses, e ela me disse que aquele comportamento poderia ser comum. Mas eu percebi que o caso foi se agravando, chegando ao ponto dele só querer brincar e não prestar atenção em nada. Até que com três anos foi comprovado. Daí pra frente eu percebi que precisava buscar informações, aprender com ele. Muitos pais não sabem o que é o autismo, muitos se escondem dentro de casa por causa do preconceito, então a ideia da caminhada é importante para darmos forças umas as outras. A caminhada é um momento de conscientização. Eu abraço essa causa não só pelo meu filho, mas por todos os autistas!”, afirmou.

Pessoas com transtorno do espectro autista são muitas vezes sujeitas ao estigma e à discriminação, incluindo menores oportunidades de acesso à saúde, educação e de se engajarem e participarem de suas comunidades. Elas têm os mesmos problemas de saúde que afetam a população em geral. Além disso, podem ter necessidades de cuidados de saúde específicas relacionadas com o TEA e outros transtornos mentais coexistentes. Por isso a importância da conscientização e caminhada, que segundo a subsecretária de Políticas Públicas para Pessoa com Deficiência, Tania Loyola, é um marco na mobilização por mais direitos na cidade.

“Nosso objetivo era mobilizar o máximo de pessoas para este dia. A conscientização e a luta por direitos é de todos nós. Teremos famílias que vivenciam o autismo diariamente, mas também teremos aqueles e aquelas que entendem a importância de estarmos juntos nessa caminhada por direitos, respeito e dignidade”, afirmou.