Assistência Social
São Gonçalo tem grande destaque no Fórum Estadual de Gestores de Políticas para PCDs
05/05/2025
“Eu nunca tinha visto tanto prédio”; “Nunca fui ao museu”. Essas eram algumas das frases que marcaram a visita das crianças e adolescentes do “Projeto Expedições” ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Centro do Rio. Idealizado pelo Serviço Especializado em Abordagem Social para Crianças e Adolescentes (Seaca), que assiste crianças e adolescentes de São Gonçalo em situação de rua, o projeto tem como objetivo ampliar o acesso à cultura e aos diferentes espaços das cidades. Depois da ida ao cinema, Ilha das Flores e ao Museu do Amanhã, por meio de uma visita guiada no CCBB, além de um mundo novo de cores e prédios, eles conheceram um mundo de possibilidades.
“O projeto tem como objetivo oportunizar o acesso aos bens e serviços, que os possibilitem ter uma infância e adolescência com qualidade. Coisas que para muitos parecem mínimas como andar de metrô, ir a um museu. O que para muitos pode parecer natural, para eles é uma nova oportunidade de ser e sonhar”, disse Angélica Souza, coordenadora do Seaca.
Formado por educadores e assistentes sociais, o serviço especializado da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social realiza ações de mapeamento de crianças em situação de vulnerabilidade em toda a cidade, buscando identificar situações de abandono/negligência, abuso/exploração, situação de rua e trabalho infantil. De acordo com o mapeamento do SEACA, realizado de junho a outubro de 2017, 82% das crianças nas ruas de São Gonçalo realizam trabalho infantil. Apenas 1% por conta do uso de drogas, a maioria está nas ruas para complementar a renda em casa ou por falta de oportunidades e incentivos a outras atividades.
De acordo com Angélica, o projeto ainda será ampliado em parceria com parcerias entre universidades e institutos públicos e privados, e além disso, cineclube, rodas de conversa e inclusão em cursos profissionalizantes também são agendas da proposta que também tem como fim a autonomia e a possibilidade de cada um contar por si mesmo suas próprias histórias. E foi o reflexo disso que encantou a educadora do Centro Cultural Banco do Brasil, Angelia Wenjun, que realizou a visita guiada.
“Foi incrível recebê-los, eu adorei e os meus colegas também. Sinto que por mais que tivéssemos feito a troca, eu saí com muito mais conhecimento e muito mais aprendizado do que eles. Saí muito mexida, e acho que eles se divertiram. Fico feliz por eles estarem acessando esse espaço. Nós, educadores, chegamos com muitas expectativas, mas foi muito melhor do que imaginávamos, algo que tocou a gente. Foi um grupo diferente, que queria explorar o espaço, com desejo à flor da pele, muito afetivos. As pessoas se seguram muito na ideia de que tudo precisa ter a mesma forma, e não, as pessoas precisam estar vivendo aquele espaço e interagindo com ele, de uma forma cotidiana, de conviver e se sentir bem ali. Eu acredito que eles fizeram isso”, destacou.
O passeio foi em conjunto com o Espaço Dandara e o Centro de Acolhimento e Cidadania (CAC), ambos espaços de acolhimento da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, que assistem crianças e adolescentes em situação de maior vulnerabilidade social. No início de maio, a SMDS realizou, junto à Rede Rio Criança, o Seminário “Criança Não é de rua”, que reuniu diversos profissionais da rede de assistência, saúde e educação, além de lideranças governamentais e movimentos sociais, para pensar políticas públicas que sejam respostas concretas para a promoção de vida de cada criança e adolescente em situação de rua. Uma câmara técnica intersetorial foi criada, efetivando mais um passo da proposta de trabalho da Subsecretaria da Infância e Adolescência: garantir que uma infância com direitos não seja invisibilizada.
Autor: Thayná Valente
Foto: Lucas Alvarenga
Fonte: SMDS
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