Coordenadoria de Juventudes realiza atividade pelo direito à infância

“Meu sonho é ser o melhor rapper do Brasil”; “Quero ser eletricista”; “piloto de avião”; “Eu quero aprender com a vida”; “Meu sonho é ser feliz”. Essas foram as frases escritas por crianças e adolescentes da rede de acolhimento da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social Infância e Adolescência, na manhã desta quinta-feira (14), durante atividade pelo Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil. A possibilidade de sonhar, empreender e acreditar em si mesmo foram os temas da atividade que aconteceu no CRAS Jardim Catarina e contou com palestras, oficinas de rap e poesia, grafite e outras atividades culturais

“Hoje em parceria com a Vivo Rio e o Estação Futuro pensamos em um dia de atividades culturais para as crianças e os adolescentes. O objetivo é ampliar as possibilidades para eles, seja por via da arte ou da escolha profissional, é pensar que o jovem pode através da cultura e do acesso ter outros sonhos e possibilidades”, disse Giulia Camporez, coordenadora de Juventudes de São Gonçalo, responsável pela articulação da atividade.

De acordo com a lei, a idade mínima para o ingresso no mercado de trabalho é 16 anos, e, a partir dos 14, apenas como jovem aprendiz. Entretanto, as estatísticas apontam uma outra realidade. No Brasil, mais de um milhão de crianças, de cinco a 15 anos, estão em situação de trabalho infantil, de acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Em São Gonçalo não é diferente. Por isso, com o objetivo de acolhê-los e garantir o acesso básico a Educação e uma infância saudável, a Secretaria de Desenvolvimento Social lançou, em junho de 2017, o Serviço Especializado em Abordagem social para Crianças e Adolescentes (SEACA).

De acordo com o mapeamento do SEACA, 82% das crianças nas ruas de São Gonçalo realizam trabalho infantil. Apenas 1% se encontram nessa situação por conta do uso de drogas. A maioria está nas ruas para complementar a renda em casa ou por falta de oportunidades e incentivos à outras atividades.

Oportunidade. Palavra tão falada na manhã de hoje, que deixou as mais de 20 crianças e adolescentes com olhos atentos nas falas de Bruno Souza, orientador profissional e idealizador da Brum, uma plataforma de educação, tecnologia e inovação. Nordestino, de família humilde, ele contou sua história e relatou a experiência de acreditar nos próprios sonhos.

“É de grande importância descobrirmos o nosso valor e sermos apaixonados pelos nosso sonhos. Acredito que é muito relevante falar de empreendedorismo para jovens porque a essência é gerar valor para o próximo, seja na vida profissional ou em outras áreas. Inovar nos permite enxergar as habilidades e os problemas ao nosso redor e conseguir criar soluções e botar em prática . Eu acredito que empreender é transformar a realidade que vivemos”, disse o jovem, de 29 anos, que hoje é inspiração para os seus alunos.