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CAC recebe roda de conversa com grupo de rap Lado A

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Publicado em:  06/06/2017

“O rap é o meu sonho, e a partir de hoje eu acredito que sonhos são possíveis”, disse o adolescente GT, de 17 anos, que mora no Centro de Acolhimento e Cidadania (CAC), após uma roda de conversa com o grupo de rap gonçalense Lado A. No encontro, os músicos falaram da importância dos estudos e da arte como forma de contrariar as estatísticas que indicam um crescimento da taxa de homicídio de jovens entre 15 e 29 anos no Brasil, de 2005 a 2015. Estes números vão de encontro, sobretudo, ao perfil dos jovens do abrigo: homens, negros e provenientes de comunidades carentes. Como forma de oportunizar caminhos possíveis para uma vida melhor, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, por meio da subsecretaria da Infância e Adolescência e Juventude, está realizando uma série de ações para todas as unidades que fazem o abrigamento de jovens em situação de vulnerabilidade social.

Além de oferecer um lugar para morar, o CAC garante a continuidade dos estudos, matriculando os adolescentes em unidades de ensino; oferece aulas de reforço, teatro e oficinas culturais, além de programas de jovem aprendiz para os mais velhos, como curso de panificação, dentre outros.

“O que nós estamos fazendo é um reordenamento das formas de trabalho e da forma como esse jovem se relaciona com o abrigo em que vive. Humanizando os espaços, realizando rodas de conversa e outras intervenções, trabalhando com três eixos: cultura, cidadania e trabalho”, contou Dione Nithols, assessora da Subsecretaria de Programas Estratégicos e Serviços Especializados para Infância, Adolescência e Juventude.

Lucas Moura (LT), de 24 anos; Dejair Siqueira (Dejah) e Klauder Gonzaga (Mc Revolução), de 25, são moradores dos bairros Vila III e Jardim Catarina, e desde agosto de 2016 formam o grupo Lado A, que através do rap e da cultura periférica, tem alcançado inúmeros jovens e adolescentes na cidade de São Gonçalo, e em todo o Brasil. A roda de conversa contou ainda com batalha de rima e troca de experiências.

“Mudar o que está ao nosso redor, para melhor, esse é o nosso objetivo. O rap na minha vida sempre teve uma função educativa, e desde muito cedo eu entendi que a minha missão era propagar essa mensagem. Muitos diziam que eu não ia conseguir, desacreditavam do meu potencial, mas eu também tive quem acreditou em mim. E hoje, estando aqui, eu só quero retribuir da mesma forma”, contou o Mc Revolução.

Dejah, que também já morou em um abrigo para adolescentes, falou da importância da iniciativa.

“Pra nós é muito importante estar aqui. É como canta o Mc Marechal: Quer ser o melhor, vai ser o melhor para a sua comunidade. Ver cada um deles se identificando com as nossas histórias é gratificante, é aqui onde a nossa música tem que chegar”, disse.

E durante o encontro, enquanto falavam de sonhos, os músicos ouviram os adolescentes contarem os seus. Um quer ser engenheiro, outro quer ser rapper, e L. ,de 12 anos, quer ser advogada. Aluna do 6º ano da Escola Municipal Anísio Teixeira, em Guaxindiba, ela conta de onde surgiu esse desejo: “Eu acho uma profissão muito bonita, e com ela eu vou poder ajudar outras pessoas, como um dia me ajudaram. Mas eu também tenho outros sonhos: trabalhar, estudar e formar a minha própria família”, disse a adolescente que mora em abrigos desde os oito anos de idade.


Autor: Thayná Valente
Foto: Lucas Alvarenga
Fonte: SMDS

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