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Alunos da rede pública são abraçados pela literatura

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Publicado em:  11/12/2018

“Um dia frio, um bom lugar para ler um livro”, parafraseando Djavan, assim foi a manhã do último sábado (8), na Escola Municipal Alberto Torres, localizada no bairro do Mutondo. No local foi realizado o 3º Chá Literário, onde os alunos se reuniram para apresentar diversos trabalhos feitos por eles próprios. Na programação teve esquete teatral sob o tema bullying nas escolas, também leitura de poesias e cordel, sala de recursos com livros adaptados para alunos com necessidades especiais, além de uma ampla abordagem sobre os anos 1980, através de uma retrospectiva de bandas nacionais.

Aos 22 anos, o aluno e escritor Pedro Barbosa Quaresma, da E.M. Alberto Torres, lançou o seu segundo livro, intitulado “A Fazenda Colorida”. O aluno possui encefalopatia crônica de infância e forma quadriplegia espástica, o que nunca o impediu de se destacar com seu talento motivador. Há cinco anos na escola, se apresentou no chá cantando e dançando, sendo convidado para lançar o seu livro.

Segundo a diretora da escola, Rossana Peyrek, Pedro sempre estudou na Rede pública e atualmente cursa o sétimo ano do curso regular. O livro “A Fazenda Colorida” foi realizado com ajuda da psicóloga Neuza Andrade, que assiste o aluno. “Ele é muito comunicativo e encantador. Um menino muito alegre que valoriza a questão familiar”, declarou Rossana.

A mãe de Pedro, Maria dos Remédios Barbosa, relatou que ele nasceu prematuro, com seis meses, e seu problema foi gerado devido à falta de oxigenação. Com isso, o sistema motor e a parte cognitiva foram afetados. Nada que o tenha impedido de levar adiante o sonho de ser um escritor.

O primeiro livro escrito por Pedro teve como título “O Jardim Encantado” e foi lançado em 2013, ilustrado com gravuras feitas por seus colegas de classe. A edição não foi publicada por nenhuma editora, e os familiares fizeram cópias.

Pedro enxerga o ato de escrever uma responsabilidade muito grande.”Eu queria fazer algo em casa que me desse prazer. Quando descobri meu talento, não queria que ficasse perdido, então comecei a escrever coisas muito simples para ver o que iria acontecer. Mas o que me deu muito prazer mesmo foi o período em que era criança e meu avô contava estórias. Eu as ouvia de forma suave, mas com muita atenção, fechava os olhos e imaginava as cenas e até reinventava o final. Eu ficava tão feliz quando ele me contava as estórias, isso me ajudou a fazer das estórias dele, as minhas. Agradeço muito a Deus, pois sem ele nada disso teria acontecido”, recorda saudosamente Pedro.

O objetivo principal do chá literário é resgatar o gosto pela leitura, valorizando a produção literária autoral. A E.M. Alberto Torres busca perceber e atender às necessidades especiais de todos os alunos, em um sistema regular de ensino promova ao máximo a aprendizagem e o desenvolvimento de todos.

A importância do chá literário é o resgate de escritores antigos, sobre os quais, segundo a diretora da E.M. Alberto Torres, Rossana Peyrek, “recai a necessidade de terem suas obras sobre o domínio das novas gerações”.

Para Marcelo Azeredo, secretário municipal de Educação de São Gonçalo, “iniciativas assim reforçam a seriedade com a qual o governo do prefeito José Luiz Nanci trata o tema Educação. Trabalhos assim unem os profissionais da escola aos pais e alunos e à comunidade”, concluiu o secretário.

Autor: Ascom
Foto: Divulgação
Fonte: Ascom

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