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Serviço de Convivência garante lazer e diversão para crianças em SG

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Publicado em:  23/08/2018

“A criança e o adolescente têm direito à proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência”, é o que diz o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Nexta sexta-feira (24) é comemorado o Dia da Infância, e para garantir que brincadeira e diversão também sejam formas de fazer políticas públicas que garantam uma infância saudável, a Secretaria de Desenvolvimento Social, Infância e Adolescência, através dos CRAS (Centros de Referência e Assistência Social), ofertam diversas atividades gratuitas através do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), com oficinas culturais e de socialização.

Karatê, dança, teatro, futebol, capoeira, são algumas das atividades que têm levado centenas de crianças e adolescentes todos os dias aos CRAS, que se tornam para o bairro um espaço de referência, lazer, diversão e até o início de um caminho dos sonhos.

“Minha mãe ficou sabendo das aulas de teatro e me falou, então logo me inscrevi. Sempre quis fazer teatro, e meu sonho é ser atriz e cantora. As aulas são muito boas, a professora é legal e muito divertida. Estou aqui há mais de um mês e quero continuar”, disse a pequena Samara, de 11 anos, aluna da turma de teatro do CRAS Venda da Cruz, que enquanto brinca e encena, também aprende. A amiga, a estudante Viviane, de 17 anos, também partilha o mesmo sonho. Segundo a jovem, que já está no segundo ano do Ensino Médio, as aulas fizeram toda a diferença em sua trajetória escolar.

“As aulas têm me ajudado muito. Quem me conhece de antes, sabe que eu era muito tímida e reservada, mas o teatro me ajudou a me soltar mais, fazer apresentações melhores na escola”, e ressalta: “E além de atriz e cantora também quero ser advogada!”.

Para a atriz e professora de teatro dos CRAS Venda da Cruz, Engenho Pequeno e Neves, Gabriela Morais, o teatro e as artes de um modo geral possibilitam uma forma de olhar o mundo através de outras perspectivas.

“Eu faço teatro desde os sete anos, sempre estive nesse meio e foi muito importante para a minha desenvoltura. A arte pra mim, principalmente o teatro, foi uma forma de cuidar da minha autoestima. Para as crianças do Serviço de Convivência, ter uma oportunidade de fazer teatro se torna também uma ponte para os seus sonhos. Muitos falam que querem ser artistas mas nunca puderam pagar um curso. O teatro é uma outra forma de olhar o mundo, e isso é o que nos dá esperança”, relatou.

E quando encontram algo divertido crianças logo correm para contar e chamar os amigos. No caso da Maria Luiza, de 12 anos, aluna de dança do CRAS Salgueiro, quem espalhou a notícia foi a sua mãe. Autônoma, mãe de três filhos – gêmeas de 12 anos e um adolescente de 14 – Ilza da Conceição, moradora do Palmeiras, logo convidou amigos e vizinhos para conhecerem as atividades do CRAS.

“Assim que fiz meu cadastro fiquei sabendo das aulas de dança e logo matriculei as minhas filhas. Lá onde eu moro não tem nenhum lugar ou atividade para elas participarem depois da escola, então aqui é um momento de lazer para elas e também para mim. É um projeto muito bom, então falei para as minhas amigas e vizinhos trazerem seus filhos também!”, disse, enquanto acompanhava atenta cada passo das suas pequenas.

A professora da oficina de dança, a dançarina Luciana Farias, da companhia de dança Elizete Mascarenhas, conta que além de interter, a atividade ainda abriu portas para os muitos talentos do Salgueiro. Em 2017 a turma foi convidada para uma apresentação no Theatro Municipal de Niterói e este ano o convite se repetiu.

“São crianças muito talentosas e eu vejo o quanto a dança faz bem a cada uma delas. Esse é um trabalho muito importante desenvolvido pela secretaria, pois muitas delas vivem em situação de grande vulnerabilidade, e um dos objetivos da dança é levar alegria, bem estar. Isso muda tudo!”, disse a dançarina que há dois anos atua na unidade.

Além das atividades para crianças e adolescentes, os serviços possuem oficinas para toda a família. Para a coordenadora dos Serviços de Convivência , Carla Lentes, essa dinâmica torna o CRAS um espaço acessível e agente fundamental na garantia de direitos.

“A importância de ter esses serviços diretamente dentro dos equipamentos é uma possibilidade dessas crianças não estarem nas ruas, em vulnerabilidade. É uma forma de não ter os seus direitos violados. E além disso, temos as atividades para toda a família, o que torna a participação delas fundamental nesse processo de pensar o CRAS como um espaço de referência e acesso a inúmeras possibilidades”, afirmou.

Lazer, diversão, crescimento saudável e acolhimento. Esses são os pilares das atividades dos CRAS voltadas para os pequenos. Para se inscrever, basta procurar o CRAS da região. Em São Gonçalo são 19 unidades ao todo espalhadas por toda cidade. Como possibilidade de atividade em contraturno com o horário da escola, as oficinas garantem não só o desenvolvimento, mas a redução do número de crianças na realização do trabalho infantil.

Trabalho Infantil – De acordo com a lei, a idade mínima para o ingresso no mercado de trabalho é 16 anos, e a partir dos 14 apenas como jovem aprendiz. Entretanto, as estatísticas apontam uma outra realidade. No Brasil, mais de 1 milhão de crianças de cinco a 15 anos estão em situação de trabalho infantil, de acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Em São Gonçalo não é diferente. por isso, com o objetivo de acolhê-los e garantir o acesso básico a Educação e uma infância saudável, a secretaria de Desenvolvimento Social lançou em junho de 2017 o Serviço Especializado em Abordagem social para Crianças e Adolescentes (SEACA).

De acordo com o mapeamento do SEACA, 82% das crianças nas ruas de São Gonçalo realizam trabalho infantil. Apenas 1% por conta do uso de drogas, a maioria está nas ruas para complementar a renda em casa ou por falta de oportunidades e incentivos à outras atividades.

Angélica Souza é a coordenadora do Serviço Especializado. Ela ressalta que o mapeamento é realizado a fim de compreender a realidade social de cada família, podendo assim investir nas potencialidades das crianças e adolescentes.

“O serviço se torna importante na cidade uma vez que atendemos cada caso de forma individualizada, buscando entender o contexto familiar e as razões pelas quais aquela criança ou adolescente está em situação de trabalho. A partir disso ofertamos os serviços públicos que atendam as suas necessidades. Percebemos o impacto quando essas famílias compreendem que é possível se ter muito além do que o trabalho no sinal, por exemplo, e ficamos muito felizes em fazer parte dessa história”, afirma.

SERVIÇO

Atividades para crianças e adolescentes:

CRAS Alcântara: musicalização e esportes
CRAS Amendoeira: oficina de interpretação e esportes
CRAS Centro: Karatê
CRAS Engenho Pequeno: Teatro, Futebol e capoeira
CRAS Guaxindiba: dança e capoeira
CRAS Itaoca: esportes e cultura popular
CRAS Jardim Catarina: musicalização
CRAS Marambaia: dança e capoeira
CRAS Neves: Teatro, futebol e jiu-jitsu
CRAS Porto do Rosa: Musicalização e capoeira
CRAS Salgueiro: Dança e basquete
CRAS Santa Luzia: arte e musicalização
CRAS Rio do Ouro: Capoeira
CRAS Trindade: Jiu-jitsu
CRAS Arsenal: Capoeira
CRAS Venda da Cruz: Teatro
CRAS Vista Alegre: artes

Autor: Thayná Valente
Foto: Lucas Alvarenga
Fonte: SMDS

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